![Card com fundo azul mostra a frase: “O G4 me mostrou o óbvio [...] imagine na expansão internacional.”](https://youglobalschool.com.br/wp-content/uploads/2025/05/g4-educacao.jpg)
Falta de gestão trava internacionalização das indústrias brasileiras
Por Cristina Wolowski, CEO You Global e Links Comex
Participei do G4 Educação pelo Brasil em Florianópolis e saí com uma certeza reforçada: o maior obstáculo das indústrias brasileiras que desejam se internacionalizar não é a exportação em si — é a falta de organização, foco e gestão, muitas vezes já evidente no próprio mercado interno.
Se ainda precisamos reforçar a importância de um diagnóstico empresarial, do alinhamento de metas entre áreas e de um planejamento estratégico que envolva todas as equipes (estratégico, tático e operacional), imagine a complexidade quando o assunto é internacionalização.
Atuo há 25 anos com desenvolvimento de mercado internacional para indústrias brasileiras, e o que mais recebo são contatos de empresas que já tentaram exportar — mas cometeram erros que poderiam ter sido evitados.
Alguns exemplos que vejo com frequência:
- Contratos mal elaborados com clientes internacionais que não performam;
- Marcas e produtos já registrados por terceiros no exterior;
- Distribuidores internacionais escolhidos sem critério algum;
- Intermediários completamente desalinhados com o modelo ideal de negócios;
- Comportamentos culturais desrespeitados, impondo o ritmo brasileiro;
- Investimentos altos em feiras com público errado e sem estrutura mínima (registro local, certificação, assistência técnica ou suporte comercial)
E por quê?
Porque muitos ainda acreditam que é só replicar no mercado externo o que fazem no Brasil. Afinal, “o produto é ótimo, agora é só vender”.
Já vi empresas:
- Usando a tabela nacional em reais e convertendo pelo câmbio do dia;
- Participando de eventos sem catálogo de produtos, sem apresentação institucional e sem qualquer material traduzido, acreditando que o produto “se vende sozinho” — mesmo sem estratégia comercial ou qualquer vivência internacional.
É duro dizer isso, mas o mercado internacional não perdoa amadorismo.
Um dado importante:
Menos de 30 mil empresas exportam no Brasil, num universo de mais de 2,8 milhões de CNPJs. Isso representa menos de 1%.
E o que me pergunto é:
Por que é tão difícil para profissionais, C-level ou não, reconhecerem suas lacunas de conhecimento e buscarem apoio de quem já trilhou esse caminho?
Buscar apoio de especialistas com experiência real não é sinal de fraqueza — é estratégia. Reduz a curva de aprendizado, evita prejuízos e aumenta as chances de sucesso.
Após o G4, ficou ainda mais claro: muitos profissionais ainda operam presos a crenças limitantes e resistem à capacitação prática — mesmo quando o desafio está diante dos seus olhos.
Adotar uma certificação ISO vai além da conformidade técnica. Trata-se de um posicionamento estratégico que traz diversos benefícios:
Meu alerta é claro:
Realizar a primeira exportação pode até ser simples. Mas manter-se e crescer no mercado internacional é para poucos. Muito poucos.
E aqui não estamos falando de commodities ou do agro, onde o Brasil é referência. Estamos falando de produtos manufaturados, que exigem:
- Posicionamento estratégico;
- Certificações e registros apropriados a cada mercado-alvo;
- Estrutura de canais internacionais;
- Definição do modelo de negócios ideal para o mercado;
- Análise de concorrência local, afinal existem concorrentes diferentes em cada mercado;
- Precificação adequada em cada mercado;
- Inteligência comercial adaptada ao mercado-alvo.
O mundo tem 193 mercados, segundo a ONU e expandir exige preparo, não achismo.
E como diz o G4: só ensina quem FAZ.
Se esse tema te toca ou se sua empresa está planejando exportar, escreva para mim. É um desafio grande — mas com método, acompanhamento e visão de longo prazo, ele se torna uma grande oportunidade.
Publicado em 05 maio de 2025